Economia sustentável

Protótipo feito por equipe da UFSM consome só um litro de gasolina para ir de Santa Maria até Porto Alegre

Jaiana Garcia

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Difícil imaginar nosso cotidiano sem o uso de energia elétrica. Fundamental para o desenvolvimento e a qualidade de vida, quanto mais a economia cresce, mais eletricidade é necessária. Ampliar a capacidade de geração, melhorando o aproveitamento de fontes convencionais e desenvolvendo tecnologias para a utilização de novas matrizes energéticas é a solução buscada por pesquisadores ao redor do mundo. Em Santa Maria, estudantes e professores universitários dedicam tempo para desenvolver produtos, encontrar processos e descobrir fontes de energia mais baratas e econômicas para carros, residências e fábricas. Confira, nessas páginas, o horizonte da tecnologia.

Mais potência e menos gasto

Iluminação e vida útil maiores, consumo menor. É isso que promete a luminária feita a partir de diodos emissores de luz (LEDs) desenvolvida pelo Grupo de Estudos e Desenvolvimento de Reatores Eletrônicos (Gedre) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O projeto é pioneiro no Brasil e começou a ser desenvolvido em 2011 pelo pesquisador Vitor Cristiano Bender. A grande sacada foi entender a interação entre corrente elétrica, temperatura e fluxo luminoso, resolvendo o problema da fragilidade das lâmpadas de LED

– São 30 pequenas lâmpadas que formam a luminária para a iluminação pública. Elas não queimam, apenas vão reduzindo o poder de luminosidade com o passar do tempo – explica o professor Bender.

Atualmente, dos cerca de 15 milhões de pontos de iluminação pública do país, 63% têm lâmpadas de vapor de sódio (HPS), que consomem mais energia. Com a luminária desenvolvida pela UFSM, a economia em energia é de 25%. No Colégio Técnico Industrial (Ctism), o professor Rafael Adaime Pinto criou uma lâmpada de LED que reduz em 75% o consumo de energia em relação a lâmpadas comuns e tem uma bateria interna recarregável, que dura quatro horas, e pode ser usada em situações de falta de energia (veja a comparação abaixo).

– O único problema é o custo. As lâmpadas de LED ainda são muito caras em relação às incandescentes e fluorescentes, mas a tecnologia vai evoluindo, elas vão se popularizando e o custo tende a baixar nos próximos anos – projeta o pesquisador.

Vantagens das lâmpadas de LED para a iluminação

Elevada eficácia luminosa – Relação entre a quantidade luz produzida e a potência de energia consumida
Alto índica de reprodução de cores – As lâmpadas de LED produzem luz "branca", que ilumina melhor
Vida útil elevada – Duram 50 mil horas (as de sódio duram, em média, 30 mil horas), podendo permanecer mais de 10 anos em uso, 12h por dia. Por isso, mesmo com investimento inicial alto, a partir do terceiro ano de  uso, a lâmpada de LED se torna mais barata do que a fluorescente



Frescor que vem do subsolo

O maior vilão da conta de energia elétrica, especialmente no verão, é o ar condicionado – responsável por 20% do consumo residencial. Pensando nisso, um grupo estudantes e professores da UFSM decidiu usar a energia geotérmica, o calor da terra, para refrescar ou aquecer os ambientes.

A superfície do solo é naturalmente aquecida pelo sol, mas, a 15 metros de profundidade, a temperatura é sempre de 19,5ºC, em Santa Maria. E é essa temperatura debaixo da terra que vai ajudar a resfriar ou aquecer a superfície. Quem explica é o pós-doutor em Fontes Alternativas de Energia pela Colorado School Of Mines, nos Estados Unidos, Félix Alberto Farret. Para usar essa energia, precisa-se de uma mangueira de jardim, uma bomba de 14 watts e um ventilador de 35 watts. A mangueira é enterrada em 15 metros de profundidade. Outra parte fica do lado de fora, onde uma pequena serpentina de cobre ou alumínio, a bomba e o ventilador são instalados.

A água fica"

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